Nesta segunda-feira, 06 de agosto de 2018, a Delegacia de Atendimento Especializado a Mulher (DEAM) do Distrito Federal publicizou os resultados da Operação Cátedra, deflagrada no último dia 31 de julho, para investigar casos de atos de ódio dirigidas à pesquisadora e co-fundadora da Anis, Debora Diniz. A autoria de parte dos atos foi identificada a partir de um celular localizado no Distrito Federal, e outra parte em dispositivos de telefonia e informática pertencentes a indivíduo morador do estado do Paraná, quem já havia tido conexões com outros investigados em operações anteriores da polícia civil, Intolerância e Bravata. Outras denúncias ainda estão sob investigação da polícia.
As primeiras denúncias dos atos cometidos contra Diniz em 2018 foram feitas em 16 de maio. Desde então, a equipe da DEAM agiu com diligência e presteza não só para identificar as autorias dos atos, mas também para oferecer as medidas protetivas condizentes. A decisão institucional da Anis, e pessoal de Debora Diniz, foi por manter discrição e sigilo sobre as denúncias para preservar as investigações até este momento.
Consideramos que esse é um grave episódio de tentativa de silenciamento de uma defensora de direitos humanos. As práticas intimidatórias ora investigadas com diligência pela policía foram atribuídas a dois indivíduos, mas refletem a disseminação de discursos de ódio contra pessoas de quem se discorda. Ameaças diretas e graves a pessoas específicas são incentivadas por conteúdos odiosos compartilhados em redes sociais por multidões anônimas. Por isso, convidamos todas e todos ao exercício do diálogo democrático, baseado em argumentos e com respeito ao dissenso, e reiteramos que não admitiremos violências. Seguiremos firmes em nossa defesa de direitos, e os canais de comunicação da Anis seguirão abertos ao diálogo.