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Mulheres apoiam grávida que pediu aborto ao STF: #PelaVidaDeRebeca

24 de novembro, 2017

Publicado originalmente n’O GLOBO

Coletivos e internautas se mobilizam na web em favor da gestante

Sensibilizadas com a história de Rebeca Mendes, que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de abortar a terceira gestação por não ter condições de cuidar de mais um filho, coletivos feministas e internautas criaram uma campanha nas redes sociais para apoiar a grávida. Na visão dessas mulheres, a mãe de dois filhos, aos 30 anos, se tornou símbolo da luta pelos direitos sexuais e reprodutivos femininos. A hashtag #PelaVidaDeRebeca tem rodado as redes sociais com manifestações de solidariedade e mensagens de engajamento.

Grávida de seis semanas, Rebeca desabafou em carta para a ministra Rosa Weber, do STF, na qual pede a descriminalização do aborto em prol da segurança pública. Nas redes, quem aderiu à campanha lembrou a quantidade de mulheres que morrem em decorrência da interrupção insegura da gravidez — sobretudo as mais pobres e moradoras de regiões desassistidas, que recorrem à prática clandestina em meio ao desespero.

A página “Beta” destacou que a mulher de 30 anos é a “personificação da nossa luta e não vamos deixar que vire só mais um número”. O coletivo feminista “Think Olga” publicou a história e salientou que Rebeca tenta conseguir, em meio ao “cenário machista e conservador” do Brasil, “um direito que deveria ser seu e de todas as brasileiras: de realizar o aborto seguro e sem correr o risco de ser presa por isso”. Outro texto que circula pelas redes defende que a mulher decida sobre o que ocorre com seu próprio corpo, sem ser acusada de crime ou morrer no processo.

Rebeca explica que tem dois filhos, contrato temporário de trabalho para encerrar em dois meses, aluguel para pagar e bolsa de estudos em curso superior ainda não concluído. O pai das crianças paga pensão alimentícia, e só. Ela ressalta que se considera pai das crianças. O cenário a longo prazo não a indica perspectiva de melhora, o que deixa mais desesperada com a iminência da chegada de outro rebento. Ter o terceiro filho — gerado no momento em que a paulista trocava a marca de anticoncepcional — significaria também adiar, em prazo indeterminado, o sonho de concluir a faculdade de Direito.

Passeata na Cinelândia reuniu mulheres contra o novo projeto de lei que poíbe qualquer tipo de aborto – Domingos Peixoto/13-11-2017

“Serei então uma mãe de dois filhos desempregada e grávida. Se já é difícil para uma mulher com filhos pequenos trabalhar em nosso país, é impossível uma mulher grávida conseguir um trabalho para qualquer atividade que seja. Seremos três pessoas passando necessidades, não conseguindo pagar meu aluguel sem ter dinheiro para comprar comida e com toda essa dificuldade ainda terei um bebê a caminho”, explicou a mulher na carta.

O pedido pelo aborto foi feito por meio do PSOL e da ONG Anis – Instituto Bioética, autores de uma ação que tenta descriminalizar a interrupção da gestação no Brasil quando ocorrida até a 12ª semana. O PSOL e a Anis também aproveitaram para pedir uma liminar que estenda os efeitos da decisão a todas as grávidas.

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