Construída a partir de depoimentos de nove mulheres, a série documental Eu Vou Contar apresenta diferentes narrativas sobre o aborto. As personagens, de distintas regiões brasileiras, compartilham uma mesma história: em algum momento de suas vidas, decidiram interromper uma gravidez não desejada. À diretora Debora Diniz, elas narram suas experiências em clínicas de aborto clandestinas ou com abortivos caseiros. São mulheres comuns. Mulheres que trabalham e que têm suas famílias. Algumas já eram mães, algumas optaram mais tarde pela maternidade. Outras apenas não desejam ter filhos. Amanda é a única, entre as nove, que tem sua história contada pela mãe. A filha de Cleide tinha 19 anos quando morreu tentado interromper uma gravidez. O filme reflete dados coletados pela Pesquisa Nacional do Aborto (2016), que identifica o aborto como um fenômeno frequente e persistente entre as mulheres: 1 em cada 5 brasileiras já realizou, pelo menos, um aborto. As narrativas das personagens levam o espectador a refletir sobre a atual legislação brasileira, que criminaliza as mulheres que teimam em decidir sobre seus corpos e seus destinos.