[vc_row][vc_column width=”1/3″][/vc_column][vc_column width=”2/3″][vcex_navbar menu=”6″ font_weight=””][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Um rompimento de barragem que fez uma vila inteira desaparecer sob lama. Um atentado terrorista cometido em vários locais de uma grande cidade. As notícias de Bento Rodrigues e de Paris – que poderiam ser ainda de Beirute ou de Mali – são de tragédias, e encheram redes sociais de mensagens de tristeza e espanto, hashtags de solidariedade e também comparações – por qual tragédia se chorou mais? Luto não se hierarquiza, mas não é esse o ponto da questão. O debate nos provoca a pensar sobre quais vidas ganham biografia, quais histórias são convertidas em manchete em jornais, televisões e redes sociais. A distribuição desigual de representação do sofrimento não deslegitima nossas reações individuais – temos o direito de chorar pelas vidas perdidas que nos tocam. Mas se não reconhecemos a desigualdade, podemos acabar reproduzindo-a mais facilmente.
Em nosso exercício de questionamento da desigualdade, queremos falar sobre Bento Rodrigues. Trata-se de uma vila quase perdida no mapa, mas conhecida pela Estrada Real, pelas igrejas antigas e passado do ouro. Sofreu o maior desastre ambiental do Brasil: 11 pessoas foram mortas, 12 estão desaparecidas e 600 perderam as casas depois que um mar de lama de rejeitos de mineração invadiu a região, em Minas Gerais. Duas semanas depois, sabe-se ainda muito pouco sobre o que as empresas responsáveis pelas barragens rompidas farão para reparar os danos à população atingida, ou para garantir que episódios assim não se repitam. A tragédia de Bento Rodrigues – e a timidez da grande mídia na cobertura dela – dizem muito sobre o modelo de exploração econômica e ambiental de nosso país.
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