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Suzy de Oliveira: encarceradas ou não, todas têm direito à saúde

13 de março, 2020

Coluna de Iasmim Baima para a Anis:

Suzy de Oliveira é uma mulher trans que cumpre pena em um presídio de São Paulo e foi uma das entrevistadas em uma reportagem da Rede Globo em que o Drauzio Varella conversa com mulheres trans abandonadas na cadeia. Um país antes tomado pela solidariedade à mulher que não recebia visitas há sete anos anos assume uma posição de ódio e indignação com o passado exposto de Suzy.

Mas se esse passado é o motivo pelo qual Suzy está na prisão, já não estaria ela cumprindo a pena? Quando lhe será dado o direito ao esquecimento de seus antecedentes, como ocorre com o goleiro Bruno, Guilherme de Pádua e outros algozes de mulheres e crianças? Qual seria o objetivo daqueles que expuseram seu crime?

Mulheres trans sempre existiram em instituições penais, como mostra Estação Carandiru (1999), também de Drauzio. A realidade é que elas nunca foram o assunto central da discussão sobre saúde e encarceramento. Quando se tornam centralidade em uma pesquisa ou reportagem, a transfobia usa quaisquer armas para levar essas pessoas de volta à criminalização para que não sejam merecedoras de visibilidade ou parte de uma discussão que envolve empatia e garantia de direitos.

A visita está prevista como direito da pessoa encarcerada e é fundamental para o processo de ressocialização, pois é o elo entre o preso e o mundo exterior. Não estar sozinho também é saúde, esteja a pessoa encarcerada ou não.

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