A partir de breve histórico sobre a construção da interface entre os estudos de gênero e a bioética, este artigo explora três temas relevantes às mulheres, que vêm sendo abordados e discutidos nesse novo campo: a objeção de consciência, a pesquisa clínica com mulheres e o envelhecimento. Esses três temas, nos quais a tradicional assimetria das relações entre os sexos é analisada sob a perspectiva de gênero, ganham especial relevância quando se considera o impacto do individualismo e das estruturas do mercado na dimensão simbólica e no comportamento social. Aponta que esses exemplos mostram que a perspectiva de gênero esteve presente desde a gênese da reflexão e análise no campo da bioética, concluindo que o reconhecimento da sensibilidade de gênero para o ensino do raciocínio ético e para as proposições em bioética, é um dos desafios já incorporados pela primeira geração de pesquisadores em bioética no Brasil.