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Publicado originalmente na Revista Marie Claire
As mulheres vão decidir as eleições. Não seremos ainda maioria no poder, mas deixaremos nosso recado sobre a forma de se fazer política no Brasil. Não queremos candidatos com menininhas no colo empunhando os dedinhos como se fossem uma arma. Não queremos candidatos que falem em nome de deus e ignorem nossos direitos. Não queremos homens que acreditam em uma só forma de amor ou de família.
O grupo de mulheres contra o capitão reformado Bolsonaro chegou rapidamente a um milhão de mulheres no Facebook. Há quem faça as contas e diga que são outros tantos milhões de mulheres votantes no país e que esse primeiro milhão seria pouco. Erram no argumento, se não no efeito exponencial que um grupo como esse pode ter. Não é de contas que falamos, mas do simbolismo da multidão. Se são homens jovens que carregam o candidato nos ombros, são mulheres de todas as idades que se juntam na comunidade virtual para rejeitá-lo. Não é um grupo de apoio a esse ou aquele candidato: é um grupo de rejeição.
Há um significado particular neste movimento de um milhão de mulheres que não para de crescer. Não estamos juntas para defender outros nomes, apenas para anunciar que tipo de política não aceitamos para o futuro do país. Exatamente por sermos as cuidadoras na divisão social do trabalho doméstico que pensamos que tipo de líder queremos que nossos filhos se espelhem – não são homens que acreditam no grito e no mando, que se regozijam dos privilégios da branquitude. É outro tipo de masculinidade que buscamos na política, por isso outra forma de fazer política.
Ao contrário do que se especulou após o terrível atentado ao capitão reformado, não houve crescimento significativo nas intenções de voto. Ao contrário, há uma rejeição crescente ao seu nome entre as mulheres. Não dizem que nós, as mulheres, gostamos de falar? Pois usaremos nossa palavra para mostrar os riscos de um candidato que defende tortura ou violência. Não dizem que somos emotivas? Pois usaremos nossa capacidade de empatia para testemunhar sobre os efeitos do ódio para a vida coletiva. Só não esqueçam: seremos nós, as mulheres, quem decidiremos as eleições.