Um espetinho de churrasco, um casaco de pele, uma nova sombra que promete não irritar os olhos, um show com baleias em um parque aquático. O que esses produtos têm em comum? A exploração de animais não humanos. Grande parte de nosso consumo diário traz uma afirmação embutida: animais de outras espécies existem para satisfazer nossos interesses, seja em fazendas industriais e matadouros, seja em laboratórios de testes de cosméticos, ou ainda em zoológicos.
Todas essas práticas têm um nome novo e ainda pouco conhecido: especismo, isto é, a discriminação contra outras espécies de animais. A palavra ainda nos soa estranha, mas queremos levar sua provocação a sério: desconfiamos da ideia de que seja justo explorar, torturar e matar outros animais em nome da comilança, do lazer, da moda ou da ciência. Assim como o racismo e o sexismo, o especismo está tão integrado ao nosso dia a dia que é difícil reconhecê-lo. Este é o nosso desafio da vez: enfrentar uma palavra nova, especismo, para imaginar um mundo mais justo também para galinhas, peixes, bois, elefantes, gatos, camundongos, cães, macacos, cobras.