Na mídia

Zika

As vítimas da epidemia

11 de agosto, 2016

Géssica é mãe de Samara, casada com Silvandro e moradora de Juazeirinho, na Paraíba. Descobriu-se grávida do segundo filho em 2015 e desejava muito dessa vez ter um menino. Pagou do próprio bolso o ultrassom que revelaria o sexo do bebê, mas o mesmo exame trouxe a angústia que a acompanharia até o fim da gravidez: o feto apresentava problemas sérios de desenvolvimento, sinais de uma infecção congênita. Doutora Adriana Melo, de Campina Grande, foi quem fez a pergunta certeira: “Teve zika na gravidez?” “Tive”.

Géssica seria personagem importante na nova ciência do zika no Brasil, a primeira mulher a doar o líquido amniótico para a testagem da tese de que o vírus atravessa a placenta de mulheres infectadas e causa efeitos devastadores na gestação. João Guilherme nasceu para viver apenas poucos instantes, mas Géssica lembra de ter feito “tudo o que uma mãe quer fazer com um filho: eu cheirei, ninei até me despedir, mesmo com ele já morto”. E fez mais do que isso: ainda na maternidade, autorizou a equipe médica a destinar o corpo de seu filho à pesquisa científica sobre o zika. Foi seu segundo gesto solidário à humanidade.

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