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por Débora Diniz
Publicado originalmente em AzMina
Um milhão de mulheres marchará rumo a Washington no dia 21 de janeiro, dia seguinte da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A marcha não é para celebrar, mas de resistências. Voos e trens estão lotados de todas as partes do país. A polícia de Washington tenta o que pode para conter a multidão de mulheres que demonstrará sua força de resistência – há regras sobre onde poderão estar e o que poderão fazer. Enganam-se, pois bastará a multidão junta e simplesmente marchando.
Os rumores não são promissores.
Basta olhar para o passado de desavenças e desacertos machistas, senão misóginos, do novo presidente para antecipar tempos sombrios para os direitos das mulheres e outras minorias. Quando assim descrevemos mulheres e outras minorias é preciso lembrar a complexificação do medo que se espalha e de maneiras diferentes ente o mulherio – mulheres latinas, mulheres negras, mulheres imigrantes, mulheres jovens ou velhas, isso que chamamos por uma tradução meio torta de interseccionalidade entre as formas de desigualdade. Para cada uma delas, há uma promessa diferente de perseguição.
Presidente Trump não será um governante para os direitos das mulheres.
O principal temor das mulheres que se preparam para marchar é o direito ao aborto. Um dos planos sussurrados entre os quatro cantos do país é que, tão logo possa, Trump mudará o balanço entre democratas e republicanos na suprema corte dos Estados Unidos para que se reverta a histórica decisão Roe versus Wade, em que o aborto foi autorizado no país. Não sei se chegará a tanto, pois se é verdade que aborto é uma causa importante para os cérebros dos homens que chegam ao poder para governar o império, o retrocesso encontrará resistência mesmo entre aqueles que o elegeram.