A página “Orgulho de ser Hétero” foi desativada do Facebook depois de denúncias por conteúdo ofensivo. Páginas feministas caíram em seguida, diz-se até que em retaliação. A atriz Taís Araújo sofreu ataques racistas na mesma rede social e acionou a polícia. A blogueira feminista Lola Aronovich foi alvo de uma grosseira campanha de difamação liderada por quem tem tempo de sobra e argumentos de menos para debater com ela. Não está sendo fácil manter uma #falaçãosemódio nas redes. Não há relativismo que nos assuste — fala quem quiser, como quiser e quando quiser, sim, mas falação que discrimina, restringe direitos ou inspira violência é injusta.
Então cá estamos pensando em regras de convivência on-line. A verdade é que criar site, blog ou página do Facebook dedicados a debates é um ato de confiança em gentes. O Vozes da Igualdade existe porque, assim como tantas outras pessoas, acreditamos que é possível trocar ideias e manter a civilidade na palavra sem nos vermos, convivermos, ou — pasmem — mesmo sem concordarmos. Temos uma única regra: a da conversa genuína. Nosso lema de gentileza nas formas e nos modos de falar é menos por doçura e mais por apego à qualidade do debate. O ódio ofende, oprime, silencia, e é estratégia frágil para a discordância. Quando sobram ofensas, é sinal de que faltam argumentos e evidências.